terça-feira, 19 de abril de 2011

Bacante

És vampira, bacante da escuridão.

Rasga minha carne, abre meu peito, arranca meu coração.

Beba de meu fluído, sinta em meu sangue a dor lancinante,

Por tantas vezes errante,

Que joga minha alma no fogo infernal da perdição.

Em teu beijo, no teu corpo há algo de estranho, abstrato.

És martírio, delírio previsto nas cartas de um tarot barato.

Há algo de obscuro, escuso naquilo que tomas de mim.

Em teus olhos de mil cores vejo a crueldade

De um ardor que não tem fim.

Desfaça tuas vestes,

Jogue em mim teu nevoeiro, tuas pestes,

Que eu engulo teus medos, receios e rancores.

Oh, Bacante! Ser do dia errante.

Dai-me teu corpo, seja minha amante.

Tome de mim o sangue, a alma.

Tome de mim a vida que me resta.

Que dar-te-ei um amor de vida eterna.

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